A um tempo atrás decidi que minha vida seria verdadeira. Que meu compromisso real era com uma sinceridade profunda comigo mesmo, mesmo que isso signifique lidar sem filtros com questões dolorosas. Adotei um posicionamento racional e um ceticismo científico como formas de entender o mundo. Pouco a pouco mutilei toda a frivolidade e gordura supersticiosa que pude encontrar na minha mente. Dissequei conceitos falidos e desconstruí estruturas impostas com muita força no meu interior. Me foquei como atleta numa maratona excêntrica de exercícios mentais diários. Aumentei minha coragem e encontrei segurança com o conhecimento. Com o tempo me tornei uma pessoa assertiva e crítica disposto a arriscar tudo com a certeza da coerência.
Com o tempo vi que pra adotar uma postura sincera comigo exigia mudar o "treinamento militar" da minha mente porque ele não era suficiente. Não por ter mudado meus valores, mas porque entendi que ser verdadeiro e sincero exige ainda mais. Exige reconhecer e lidar com sentimentos do ego em conflito. E as coisas ficaram mais complexas que na primeira parte, não porque as ideias trabalhadas anteriormente sejam simples, eu as compreendo com facilidade, mas porque esse é um campo novo e muito pouco explorado. Ampliei meu entendimento sobre mim ao me aceitar e observar em minha introspecção. É mais que listar e comparar características, é buscar métodos de comprovação de personalidade me expondo a situações limite.
Pegando os resultados parciais, eu construo um "eu" superior.
São muitos anos de disciplina, meditação e confronto.
Todo esse processo não me torna uma pessoa mais feliz. Não me torna uma pessoa mais completa. Me faz uma pessoa profundamente verdadeira e extremamente orgulhosa e satisfeita consigo mesma. Me faz uma pessoa melhor.
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