
"A religião é aquilo que impede os pobres de matarem os ricos." - Napoleão Bonaparte
Deus. O título atribuído a entidade mitológica cristã e por extensão as figuras veneradas em outras religiões e culturas não é um conceito complexo. Ele é conectado imediatamente ao mito do ser onipotente, onipresente e onisciente comum ao nosso lado do planeta. É utilizado como base ideológica para legitimar atrocidades, claro. Mas também como base para debates sobre ética e moral e como canal para manifestar sentimentos poderosos.
Antes de tudo o conceito ocidental de deus tem uma função: controle de massas. Homens e mulheres geniais já dissertaram sobre as expressões desse controle dos pobres em suas estruturas sociais e ideológicas. Ele oprime as mulheres, conforma as massas, discrimina homossexuais e legitima a violência física, social e psicológica. Estas são algumas de suas utilizações mais cruéis. Outro ponto imprescindível de se colocar é a incapacidade de se comprovar a existência do chamado "mundo espiritual" e dos seres que nele habitam. Todas as teorias científicas sobre a origem do universo e das espécies se tornaram eficientes pois tem comprovação prática e até hoje mantém resiliência científica. Não há prova da existência de qualquer ser como criador ou influenciador do mundo físico. Essa entidade é parte do conjunto de mitos ocidentais e nada mais. Para finalizar esta pequena lista de premissas, não se pode esquecer que o conhecimento é entendido aqui como uma categoria metafísica produzida através da relação dos homens e mulheres com a natureza. Ele é historicamente determinado e é limitado pelo acúmulo produzido e pelas experiências individuais e coletivas de uma sociedade em constante contradição e transformação. Assim, há um limite ao que se pode conhecer e classifico o culto em massa ao mito cristão como mais uma limitação imposta politicamente às massas do que uma simples questão de escolha individual. Resumindo: deus é usado para controle, não existe e é imposto como verdade absoluta.
Entendendo as posições acima, me faço uma pergunta: Se o mito divino é um instrumento de controle historicamente construído e existe uma demanda imposta a nossa mente (já que o conhecimento é produto de nossa relação com o mundo material), como pessoas instruídas sobre este processo lidam com o paradoxo entre o mito e a realidade?
Encontrei algumas respostas nesse fim de semana.
Existe um poder imenso nas palavras. O processo de imposição deísta diária cria um espaço na mente humana. Apesar da existência de deus não ser lógica e de haver um reconhecimento da natureza mitológica das figuras cristãs, ainda existe um espaço na vida das pessoas. Um espaço que as pessoas passam a chamar de espiritualidade. Espiritualidade passa a ser a dimensão sócio-afetiva destinada a manifestação de crenças baseadas nas emoções de conexão e inteireza. O aparato ideológico força seres humanos a cristalizarem suas ideias e práticas em torno da vivência religiosa e quando seu argumento não possui mais resiliência argumentativa, surge o paradoxo: Deus se vai... mas o espaço destinado a ele permanece. A espiritualidade é o remédio para as mentes menos instruídas e corajosas. Deus passa a ser uma entidade figurativa e as práticas são voltadas ao preenchimento de espaço e insegurança emocional gerada pela falta das muletas sociais produzidas pela religião institucional.
A espiritualidade é a droga do momento!
Um comentário:
Rapaz...blog bacana.
PEna q seja mto inteligente..nao q eu nao seja...mas sou preguiçoso...
Ta um Oi ai!!!!
Postar um comentário